A grande área

O grupo dos onze pioneiros criou a instituição Cruzeiro do Sul Golf Clube, e iniciou-se a busca de uma área adequada à construção do sonho. E tudo se deu por meio de um metódico plano de ação desenvolvido por Isao Ono: a partir do marco zero da cidade de São Paulo, a Praça da Sé, traçou-se uma série de círculos concêntricos criando-se várias regiões de prospecção. A partir desse zoneamento iniciou-se o levantamento de preços; e como era de se esperar, quanto mais se distanciava do marco zero e, consequentemente, das zonas mais urbanas, melhor era o valor do metro quadrado para compra.

Desse modo, concluiu-se que o ideal seriam terrenos que distassem pelo menos 30 quilômetros do centro, o que significava um preço médio de 5 mil cruzeiros por alqueire paulista, o equivalente a 24.200 m². Com o plano definido, vários corretores começaram a varredura. E após Isao Ono e outros idealizadores terem visitado áreas tão distintas quanto Cotia, Itapecerica da Serra e Ribeirão Pires, terminaram optando por Arujá, uma antiga povoação situada a nordeste da capital paulista, entre as serras da Cantareira e do Mar, e às margens do ribeirão Baquirivu-Guaçu, com acesso principal pela Rodovia Presidente Dutra.

Os motivos da escolha de Arujá foram vários, desde a beleza da região e a topografia até o valor do metro quadrado, além da proximidade de São Paulo. Porém, também pesou de forma determinante o fato de a área estar bem próxima do Nippon Country Club e dos clubes do Banco América do Sul e da Cooperativa Sul Brasil. Desse modo, o campo de golfe viria como um grande reforço ao crescimento da comunidade nipo-brasileira na região. Porém, a compra do terreno não foi uma negociação fácil e nem rápida. Primeiro, porque os onze pioneiros não tinham o dinheiro para a compra, e a solução foi a venda de 100 títulos familiares, a mil e quinhentos cruzeiros cada um. O total foi depositado em duas contas, uma no Banco América do Sul e outra no Banco Tozan. Finalmente, encontraram o terreno ideal para a construção do campo. Eram 32 alqueires pertencentes a Katsuzo Yamamoto.

As negociações terminaram quando foi atingido o valor que satisfez as duas partes: 175 mil cruzeiros. Definido o valor, novas negociações, e mais uma definição: a dívida não seria paga nem à vista e nem em duas ou três parcelas, mas em cômodas e suaves 25 prestações mensais. O próximo problema a ser resolvido era o de completar o valor combinado, uma vez que os cem sócios iniciais somaram 150 mil cruzeiros; e, além do pagamento do terreno, havia a necessidade de um caixa inicial para o início da construção do campo. Assim, o número de sócios subiu para 165, e a quantia cresceu para exatos CR$244.500,00; e o sonho deixava de ser apenas desejo e vontade, para começar a se tornar realidade.

Green do buraco 6

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